domingo, 10 de maio de 2015

A VINDA DO MESSIAS




Cumprido o tempo da vinda do Messias, o Salvado prometido, nasceu Jesus, filho de Maria, conforme profetizou Isaías: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que
a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel, que traduzido é:
Deus conosco”
 (Is 7.14)
Tudo conforme Deus havia prometido no Monte Horebe, Quando o povo temeu a Sua presença, pedindo a Moisés que Deus não falasse diretamente com eles para que não
morressem, então foi quando Deus disse à Moisés:
 “Bem falaram naquilo que disseram, Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. E
será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome,
eu o requererei dele”
(Dt 18.17-19)

Veja também: At 3.22.
Jesus foi antecedido por João Batista, o profeta, que, perguntado se ele era o Cristo, disse: “Não, eu sou a voz do que clama no deserto, como disse o profeta Isaías”. Indagado
por que batizava, respondeu: “Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis. Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou
digno de desatar a correia das Suas alparcas;
Ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo e com Fogo”
(Jo 1.19-26  -   Mc3.11; Lc 3.16)
João veio preparar o caminho para Jesus, por ter chegado a ora da Sua manifestação ao mundo; o clima da presença de Jesus já era perceptível; o povo já sentia ter chegado a hora do glorioso momento de contemplar a face do Messias prometido; por isso perguntava a João Batista:
és tu Ele?
Dizia: não. Porém, certo dia, João viu Jesus se aproximando, e então, não perdeu a oportunidade, mas
chamou a atenção do povo, e, apontando para Jesus, anunciou o cumprimento das profecias que mais o povo esperava, dizendo: eis aí o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo 
(Jo 1.29)

Os que reconheciam Jesus como o Messias prometido, anunciavam a Sua chegada como quem saia distribuindo alegria pelo mundo. Filipe, após o seu encontro com Jesus, foi a Natanael e disse-lhe: “Havemos achado aquele de quem
Moisés escreveu na lei, e os profetas”.
A mulher samaritana, tendo ouvido Jesus dizer: “Se tu conheceras o dom de Deus e quem fala contigo, tu pedirias e Ele te daria água viva”, foi e anunciou a chegada do Salvador, dizendo:
“Vinde, e vede um homem que me disse
tudo quanto tenho feito. Porventura não é este o Cristo?”
Nicodemos, príncipe dos judeus, ao tomar conhecimento das ações poderosas de Jesus, foi a Ele de
noite, dizendo: “Sabemos que és vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele”.
Era tanta a manifestação do poder de Jesus por meio de sinais e maravilhas, que até os Seus discípulos ficavam admirados, como aconteceu quando Jesus acalmou a
tempestade no mar, e eles disseram: “Quem é este que até o mar e o vento lhe obedecem?”
A mulher que a doze anos padecia de um fluxo de sangue, viu tanto poder em Jesus, que arrazoava entre si: “Se eu tão-somente tocar a orla da sua roupa, ficarei sã”; e assim aconteceu.

Simeão, alegrou-se tanto na presença de Jesus, que dirigiu a seguinte oração a Deus: “Agora, Senhor, despede o teu servo em paz, porque os meus olhos viram a Tua Salvação”.
Os demônios, não resistindo a presença poderosa de Jesus, clamaram dizendo:
“Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?”
Até mesmo um dos que O crucificaram, ao ver os sinais do poder de Deus em Jesus na hora da crucificação, disse: “Verdadeiramente este era o Filho de Deus”, como quem diz: esse é o
Messias prometido.
Porque o Messias já era esperado à muito tempo. Jó, mesmo vivendo a muitos séculos antes da Sua vinda, porém, em meio as suas dores e tribulações, demonstrou que já esperava a sua salvação em Jesus, dizendo: “Eu sei que o meu Redentor vive, e que um dia Se levantará sobre a terra”
(Jó 19.25)

E assim Jesus veio realizando a obra de Deus com grandes sinais e maravilhas. Mas, a cura física que Jesus realizava, não era o principal; porque o Seu principal objetivo era a cura espiritual; os sinais de maravilhas eram realizados principalmente para despertar o povo para a cura do espírito.
A missão de Jesus na carne, ao se fazer homem, era exatamente realizar a obra em nosso lugar, ou seja, a obra de Redenção que importava no cumprimento da Lei, pelo fato de Deus não ter achado nem um justo no cumprimento dos Mandamentos da Lei, conforme está escrito: “Desviaram-se
todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um” 
(Sl 14.3)

Por isso Jesus deixou bem claro:
“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim anular, mas cumprir” 
(Mt 5.17)

 Motivo esse que levou-O a cumprir a Lei na íntegra, com muita perfeição e justiça, sem dela omitir um jota ou um til. Ele foi nascido sob a Lei, guardador da Lei, inclusive, na prática da circuncisão. Aliás, Jesus não foi apenas circuncidado, mas foi também ministro da circuncisão, para que o cumprimento da circuncisão chegasse até nós, pela fé no Seu Nome, para sermos participantes da promessa feita a Abraão, a qual tinha a circuncisão como selo da fé,
conforme Paulo esclarece aos Romanos:
 “Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da
verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais” 
(Rm 15.8)

Jesus veio ensinando e praticando todos os Mandamentos da Lei, dados para a salvação do povo. Seus ensinamentos, quando se referiam a guarda da Lei, cobravam a perfeição humana, para que se revelasse a incapacidade do homem diante das exigências da Lei, e assim o homem
reconhecesse o seu estado de misérias para se humilhar diante de Deus e aceitar a salvação pela Sua Graça. No Evangelho segundo Mateus, Jesus ensinou muito sobre as obras da Lei; foi quando disse que Ele veio cumprir a Lei e não anular  (Mt 5.17); na continuação, Ele ensinou a justiça alcançada dentro do ritual da Lei; foi quando referiu-se ao Altar das ofertas para Sacrifícios, dizendo:
Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra
ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois,
vem e apresenta a tua oferta.
(Mt 5.23,24)

Quero salientar que o ALTAR que Jesus se refere no texto acima, era o altar dos sacrifícios, onde eram queimadas as ofertas em sacrifícios a Deus, o altar usado segundo a Lei de Moisés, para o qual o povo levava as ofertas como oferendas a Deus, as quais eram queimadas como sacrifícios;
obra essa que foi cravada por Jesus na Cruz do Calvário.E no versículo 48 do mesmo capítulo, Ele nos apresenta a perfeição para a prática do cumprimento da Lei, fazendo a seguinte comparação:
Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.
Agora, eu faço uma pergunta: podemos contar com a capacidade de sermos perfeitos como o próprio Deus é perfeito?
 Não seria isso uma exaltação da nossa parte?
Ainda não deu para entendermos que Jesus está apenas nos despertando para
o reconhecimento da nossa incapacidade?

Se a Bíblia diz que a nossa própria justiça é comparada como lixo, como podemos ser perfeitos, como Deus é perfeito?
Não é melhor entendermos a pregação de Jesus, e deixarmos para trás a confiança de que temos capacidade de oferecermos a Deus os frutos da nossa justiça, e buscarmos a
justiça da Lei oferecida apenas pela Graça de Cristo, que já cumpriu tudo por nós? Não diz o apóstolo Paulo que pela Graça somos salvos, isso é, apenas por meio da fé, e que não vem das obras, para que ninguém se glorie, mas que é dom de Deus?
O Que temos que entender, é que Jesus pregou e cumpriu toda a Lei da Aliança levítica, dada ao povo de Israel, no exercício do ministério levítico, segundo a ordem de Arão.
Aliás, Jesus não veio em carne para exercer o sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque, como muitos ensinam, mas Jesus veio em carne para exercer o sacerdócio segundo a ordem de Arão, isto é, no cumprimento da Lei, segundo a Aliança levítica, para que, após consumada a obra
de Redenção na Cruz do Calvário, Ressuscitasse, e então passasse a exercer sobre nós o Sacerdócio Eterno, segundo a ordem de Melquisedeque, conforme está escrito: Tu és
Sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque. Mas primeiro Jesus teve que exercer o Ministério levítico no cumprimento da Lei, segundo a ordem de Arão.
Porque, como Jesus poderia exercer o sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque, se a Sua missão na carne era cumprir a Lei, cuja prática sacerdotal era regida pela ordem
de Arão? Por esta razão, primeiro Jesus teve que cumprir a primeira Aliança (a Antiga Aliança, proclamada no Monte Horebe), para depois estabelecer a segunda Aliança
(a Nova Aliança, segundo a ordem de Melquisedeque).
Cumprido o primeiro Testamento, Jesus pede ao Pai para estabelecer o
segundo, conforme o escritor aos Hebreus:
“Tira o primeiro para estabelecer o segundo”
 (Hb 10.9)

A primeira Aliança, era a religião de baixo para cima, a qual foi cumprida por Jesus pela prática da Lei; por isso Jesus deixou bem claro, dizendo: “Eu não vim anular a Lei, mas cumprir”. A segunda Aliança, é a religião de cima para baixo, isso é, o homem recebendo de cima
(de Deus),
toda a justiça do cumprimento da Lei, sem a prática dela.
Na dispensação da Lei, o homem tinha que enviar para cima (para Deus) os frutos da sua justiça concernente ao cumprimento da Lei (pela prática da Lei); porém, na dispensação da Graça, o homem recebe de cima (de Deus), a justiça da Lei, sem a prática dela. Por isso que o escritor aos
hebreus diz que a Lei, isto é, o precedente mandamento foi anulado por causa da sua fraqueza e inutilidade (Hb 7.18). É o que leva a muitos ficarem confusos, achando que a Bíblia
se contradiz nestas afirmações, ou seja: Jesus disse que não veio anular a Lei; porém, o escritor aos hebreus diz que a Lei foi anulada. Mas, o que temos que entender, é que Jesus
estava falando da prática da Lei para Ele, e não para os cristãos, ou seja, que ele cumpriria a Lei pela prática dela; ao contrário do cristão que, devido a sua incapacidade, receberia
a justiça do cumprimento da Lei apenas pela Graça de Cristo,(sem a prática da Lei).
A prática da Lei foi anulada para o cristão, para que ele possa receber a justiça da Lei apenas
pela Graça de Cristo. Jesus, na realização das obras, cumpriu a Lei da Aliança Levítica, segundo a ordem de Arão. Porém, no Exercício Sacerdotal pela dispensação da Graça, opera segundo a ordem de Melquisedeque. Jesus exerceu duas ordens sacerdotais:
 a primeira como ministro da circuncisão,isto é, no cumprimento da Lei, (Rm 8,15).
 E a segunda como sacerdote Eterno, segundo a ordem de Melquisedeque 
(Hb 6.20)
Jesus entrou por nós no Santuário celestial, já como vencedor, a saber, já feito Sacerdote Eterno segundo a ordem Jesus foi feito Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque?”
Sem dúvida eu posso responder que foi
pela realização do cumprimento da Lei, após consumada a Obra de Redenção na Cruz do Calvário; foi quando Ele disse:
“Está Consumado”.
 Aí, Jesus, como vencedor (como cumpridor da Lei), pôde penetrar no Santuário Celestial, abrindo o caminho para nós, já feito eternamente Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, conforme esclarece o escritor aos hebreus: Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote,
segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 6.20).

Jesus, ao exercer o Sacerdócio no cumprimento da Lei, tanto ensinava a salvação pelas obras da Lei, como pela fé no Seu Nome, deixando assim a escolha com cada um, conforme o seu coração, para que, aquele que fosse exaltado de coração, escolhesse entrar pelas obras da Lei; a exemplo
do fariseu da parábola, que escolheu entrar pela guarda da Lei, dizendo: “ó Deus, te dou graças porque não sou como os demais homens”, dou o dízimo, jejuo, etc. Porém, aquele que
fosse humilde de coração, reconhecendo as suas misérias diante de Deus, deixasse de lado a confiança na sua própria justiça pela guarda da Lei, mas aceitasse a misericórdia de
Deus, ou seja, aceitasse a salvação apenas pela fé no Seu nome,
conforme Ele também pregou, dizendo:
“Quem crer e for batizado será salvo”.
Porque, quem realmente crê nesta frase de Jesus, acredita também na facilidade de acesso a salvação,
reconhecendo que é pela fé; é só crer para receber o Espírito de Cristo, o Espírito Santo. Pela fé se alcança toda a Justiça da Lei; por isto não duvide da facilidade de salvação!

Não está escrito que é pela fé?
O próprio Jesus não disse que quem crer e for batizado será salvo? 
Então, ninguém diga que é difícil, ou, quem poderá se salvar?

Porque aprouve a Deus conceder-nos a salvação pela
Sua Graça (sem a cobrança de obras legalistas).
 Paulo repreende a muitos que duvidavam da facilidade de salvação, dizendo:
Mas a justiça que é pela fé diz assim:
 Não digas em teu coração: 
Quem subirá ao céu?
 (Rm 10.6).
E também: esta é a palavra da fé, que pregamos, A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor
Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo (Rm 10.8-9).
Os discípulos, depois de terem ouvido tanto Jesus pregar sobre a justiça humana no que se refere ao
cumprimento da Lei, e não entendendo que o homem alcançaria essa justiça apenas pela fé no Seu nome, fizeram-Lhe a seguinte pergunta:
“Quem poderá pois salvar-se?”

Jesus, porém, sabendo que Deus havia planejado a salvação do homem pela Sua Graça e não pelas obras da Lei (não pela capacidade de homem), mas apenas pela fé no Seu nome,
disse: “Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível”. Noutra feita, Jesus também pregando a facilidade de salvação pela Sua Graça, disse:
 “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á”.
 E outra vez diz: 
“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”
(Mc 16.16)

Jesus estava querendo dizer que, aquele que deixar para traz a confiança de que pode cumprir a Lei da justiça, e passar a buscar a justiça da Lei apenas pela fé no Seu nome, será salvo. Mas, aquele que não crer na plenitude da Sua Graça salvadora, e preferir buscar a Lei da justiça pela
sua própria capacidade (pela prática das obras da Lei),
será condenado.


Paz  seja com todos,
JC de Araújo Jorge





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