quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO - Parte 2

                                      






                    
                    A  SEMELHANÇA  DE  MELQUISEDEQUE
Muitos tentam, de toda maneira, torcer alguns textos bíblicos em favor de seus pontos de vista, para fabricar argumento a fim de colocar preço financeiro à salvação cristã.
Alguns até aplicam o dízimo ao cristianismo, sob alegação de Jesus ter sido comparado à semelhança de Melquisedeque, quando este no seu ministério recebeu dízimo de Abraão, porém, esta não deixa de ser, também, uma alegação absolutamente equivocada e sem fundamento espiritual.
Pois neste caso, então, teríamos também que praticar as obras do ministério de Moisés! Porque se Jesus foi comparado à semelhança de Melquisedeque, também O foi, e muito mais, à semelhança de Moisés!
         Quando Deus reuniu o povo israelita ao pé do Monte Sinai para lhe determinar as obras do ministério de Moisés, isto é, a Lei dos mandamentos, o povo temeu a voz do Senhor, porque havia grandes maravilhas naquele lugar.

Pois o Senhor descera em Fogo. Deus falava em alta voz, e havia trovões e relâmpagos. E o povo vendo isso, encheu-se de temor e pôs-se de longe. E disseram a Moisés:
fale tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos.

Então o Senhor disse a Moisés:
bem falaram naquilo que disseram. Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.
E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele” (Dt.18.15-19; Ex. 20.18-19).
         Irmãos, a síntese de tudo isto, é que Este Profeta que o próprio Deus compara à semelhança de Moisés, não é outro senão Jesus Cristo. Mas nem por isto temos que praticar as obras do ministério de Moisés (Jo 1.17).
         Quando Pedro realizou a cura do coxo, na porta formosa do templo, e querendo apresentar Jesus Cristo e o Seu poder de salvação para o povo que estava maravilhado e atônito diante de tal realização, não se referiu à Melquisedeque, mas buscou à semelhança de Moisés, dizendo:
porque Moisés disse: o Senhor, vosso Deus, levantará  dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser” (At 3.22).
         Da mesma forma, Estêvão, no auge de sua revelação, tendo o seu rosto como o de um anjo, ao proferir palavras de salvação, e querendo apresentar Jesus e Sua grandiosidade para o povo, também usou à semelhança de Moisés, dizendo:
 “porque Moisés disse aos filhos de Israel: o Senhor, vosso Deus, vos levantará dentre vossos irmãos um profeta como eu; a ele ouvireis” (At 7.37).
         Observemos que Estêvão também não se referiu à Melquisedeque para demonstrar o poder e a superioridade de Jesus, mas sim, baseou-se na semelhança de Moisés. Então vemos que Moisés foi muito mais comparado à semelhança de Jesus do que Melquisedeque.

No entanto não temos que praticar as obras do ministério de Moisés.
         Porque uma coisa é certa: mesmo Moisés e Melquisedeque sendo comparados à semelhança de Jesus, mas não os foram na autenticidade.

         Ninguém é igual a Jesus; Ele é Incomparável, Único Salvador, conforme está escrito: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12).
Veja também 1Tm 2.5.
         Nem em Moisés, nem em Melquisedeque, nem em outro qualquer, por mais privilegiado que seja na expressão bíblica, há poder de redenção. Tanto, que ninguém pode ser batizado em Moisés, tampouco em Melquisedeque, mas somente em Jesus.
         Tanto as obras do ministério de Moisés como as obras do ministério de Melquisedeque eram boas, o que faltou em ambos foi a capacidade de cumpri-las por nos.
         Mas Jesus, como nosso Redentor, tomou as obras da época do ministério de Melquisedeque, que eram: sacrifícios de animais, circuncisão, dízimos etc., as quais já estavam enquadradas na Lei de Moisés, e as cumpriu por nós, para que fossemos salvos pela Sua Graça, isto é, para que revestidos de Cristo já estivéssemos no cumprimento de tais obras; bem compreendido, nos alimentando no que Cristo já cumpriu.

Por isto que Jesus declara:
 “Assim como o Pai que vive me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim quem de mim se alimenta, também vivera por mim” (Rm 4.5), e também: Jo 6.57; Jo 15.5.
        
O texto que narra a história do livro selado com sete selos, que estava na mão do Todo-Poderoso (no capitulo 5 do Apocalipse), mas uma vez nos deixa clara a inigualdade de Jesus, quando o livro precisava ser aberto e desatados os seus selos:
um anjo forte, bramando com grande voz, desafiava dizendo:
Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos?
E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro nem de olhar para ele” (Ap 5.2-3).

Enquanto isso João chorava muito, porque a nossa salvação dependia de alguém que pudesse abrir o livro e desatar os seus sete selos. Porem, nessa hora, nem Moisés, nem Melquisedeque, nem algum outro foi digno disto.

Porque diz que ninguém foi achado digno para tal. Mas um dos anciãos confortou à João, apresentando o Incomparável Jesus Cristo, o Inigualável Reis dos reis, o Único Salvador, dizendo: “Eis ai o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos”(Ap 5.5).

         COMO JESUS VENCEU?
Jesus venceu realizando a obra de Redenção, ou seja, cumprindo a Lei de Deus dada para a salvação do povo, representada pelas duas tábuas de pedra que estão guardadas na Arca da Aliança, chamada de Testemunho, ou, dez mandamentos (escritos pelo dedo de Deus). Lembremos que, na Cruz do Calvário, percebendo Jesus que toda a Lei representada pelas Tábuas da Aliança havia sido totalmente cumprida, Disse:
Está Consumado.
Por isto, a Arca da Aliança tem grande significado na nossa salvação. Muitos perguntam: “Onde está a Arca da aliança que desapareceu misteriosamente?” Podemos afirmar que ela está no céu, no Templo de Deus, até o julgamento final, conforme Apocalipse 11.19.
Pois se a Lei permanece (conforme aprendemos acima), a Arca da Aliança que representa toda a Lei, também permanece.

A ARCA DA ALIANÇA, mencionada em Apocalipse 11.19, é literalmente a Arca original, em cujo interior estão as duas tábuas de pedra escritas pelo dedo de Deus, representando a Sua Lei (os dez mandamentos) cujo cumprimento resgata a nossa divida para com a justiça divina (Lv 18.5).

Deus levou a Arca da Aliança para o Santuário Celestial, porque naquele dia, segundo Apocalipse 5.1-10, a salvação só foi consolidada mediante a presença do Vencedor (do cumpridor de toda a Lei), permitindo que Ele abrisse o livro que estava na destra de Deus, desatando os seus sete selos.
É quando aparece João chorando, porque ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, foi achado digno para tal.

 Porém, João foi confortado por um dos anciãos que lhe apresentou Jesus, dizendo: eis aqui o Leão da tribo de Judá, que venceu (que cumpriu toda a Lei Mt 5.17-18), para abrir o livro e desatar os seus sete selos (Ap 5. 1-5).

Então, temos certeza que a Arca da Aliança vista no céu, é a original, na qual estão as duas tábuas de pedra escritas pelo próprio dedo de Deus.
 A Bíblia não mente; e nela está claramente revelado que, mediante o toque da ultima trombeta, a Arca será vista no céu, no Templo de Deus, com grandes sinais:
 E abriu-se no céu o templo de Deus, e a Arca da sua Aliança foi vista no seu templo; e ouve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva” (Ap 11.19).

Estes grandes sinais também aconteceram no Monte Sinai quando Deus promulgou a Lei contida no interior da Arca (Ex 20.1-18; 19.18). Isto prova que a Arca da Aliança, muito procurada na terra, está no céu, no Templo de Deus.
Se aquela não fosse a Arca da Aliança determinada por Deus a Moisés, mas sim uma outra natural do templo de Deus (como alguns dizem), não precisaria a explicação de que a Arca teria sido vista “no seu templo”!
Bastaria dizer: “E abriu-se no céu o templo de Deus, e a Arca da Aliança foi vista”. Mas, acrescentou: “no seu templo, dando a entender que Ela não era naturalmente do céu.

Podemos afirmar que, na história sagrada, só existe uma Arca da Aliança, a qual contém as duas tábuas de pedra representando os dez mandamentos.
Alguns até dizem que Deus teria, lá no céu, uma cópia dos dez mandamentos (do Testemunho), mas Deus jamais usaria uma cópia, mas sim a original escrita pelo Seu próprio dedo (Ex 31.18; 32.15-16).
Antes do Pacto do Monte Sinai não existia Arca da Aliança, nem na terra, e nem no céu. Ela foi criada única e exclusivamente para o processo de salvação do povo que estava destituído da glória de Deus.

Pois os seres celestiais não precisam de Arca da Aliança. Tanto, que quando tudo se cumprir, isto é, quando estivermos na glória eterna, não precisará mais dela, conforme está escrito em Jeremias 3.16:
E sucederá, que, quando vos multiplicardes e frutificardes na terra, naqueles dias, diz o Senhor, nunca mais se dirá:
A Arca da Aliança do Senhor, nem lhes virá ao coração; nem dela se lembrarão, nem a visitarão, nem se fará outra”.
Porém, hoje, a Arca da Aliança está no Céu, no Templo de Deus, aguardando a chegada do povo salvo, para que Cristo (pela Sua Graça) apresente por nós, todo o cumprimento da Lei representada pelas tábuas que estão no interior da Arca, consolidando assim o Resgate daqueles que Lhe aceitaram como Salvador.
         Outrossim, após Jesus ter realizado o único e suficiente Sacrifício pela redenção do povo, como Sumo Sacerdote, Ele tinha que ir até a Arca da Aliança, onde Deus se fazia presente, para entregar o Sacrifício com todo o cumprimento da Lei contida no interior da Arca, para que se realizasse nEle toda a justiça do cumprimento da Lei, sem que dela fosse omitido um jota ou um til, conforme Ele mesmo falou em Mateus, 5.17-18.

Porém, segundo Hebreus 9.24,
Jesus não entrou no santuário terrestre, mas no mesmo céu, para comparecer por nós perante a face de Deus. Isto significa que a Arca da Aliança já estava no Santuário Celestial.
         A Arca da Aliança é única. Deus não mostrou à Moisés uma outra Arca como modelo, como alguns dizem. Até porque, o modelo da Arca não foi mostrado a Moisés por visão, mas por determinação de palavras. Veja em Êxodo 25.10 a 22, como Deus falou a Moisés para mostrar o modelo da Arca, traçando todo o seu perfil por meio de palavras.

Muitos não compreendem o tamanho do significado espiritual da Arca da aliança; pensam que Ela era um simples utensílio do tabernáculo, mas, Ela é muito mais do que isto, Ela é a Aliança do Deus Altíssimo. Razão pela qual é chamada de: ARCA DA ALIANÇA DO SENHOR. Veja algumas referencias: Nm 10.33; Dt 31.26; Js 4.7; Jz 20.27; 1Sm 4.5; 1Rs 8.6; 1Cr 22.19; Ex 32.15-16.
Por isto, em Apocalipse 11.19, onde se refere a Ela, diz: e a ARCA DA SUA ALIANÇA foi vista NO SEU TEMPLO.

Contudo, a nossa salvação é pela Graça de Cristo, porque a Lei que precisava ser cumprida para o nosso resgate, representada pelas duas tábuas de pedra que estão dentro da Arca, Jesus já cumpriu por nós, dando-nos o seu perfeito cumprimento pela Sua Graça. (E o dízimo está incluso).

Há duas maneiras para se cumprir a Lei: Primeira: pela sua prática total, sem tropeçar em um só ponto (Gl 3.12; 5.3-4; Rm 10.5; Mt 23.23; 1 Tm 1.8).
Segunda: pela fé em Cristo, ou seja, se alimentando nEle, sem a prática da Lei:
Àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” (Rm 4.5). Veja também: Jo 15.5; 6.57; Ef 2.8.

Observamos então, que a melhor maneira para que a justiça da Lei se cumpra em nós, é o revestimento de Cristo pelo batismo da fé, conforme está escrito: batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo (Gl 3.27-28).

Porém alguns, hoje, estão se batizando também em Moisés, outros em Melquisedeque; mas a Igreja verdadeira se batiza somente em Cristo Jesus (que já cumpriu a Lei do dízimo por nós) e que é o nosso único e suficiente Salvador.
A Ele, glória para todo o sempre. Amém!
        
A prática do dízimo no cristianismo é anti-bíblica. Tenho registros em mãos, os quais dizem que a Igreja só começou a cobrar dízimo por volta do ano 600 d.C.

Sabemos que nessa época parte de sua administração já havia se corrompida, devido a alguns maus obreiros que à ministravam. Paulo, prevendo coisas deste tipo, instruiu os anciãos da igreja de Éfeso, dizendo:
Porque eu sei isto: que depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis que não perdoarão o rebanho” (At 20.29).
No versículo 33 ele justifica-se:
De ninguém cobicei a prata, nem o ouro”.

Sabia ele que, quando os lobos entrassem na administração da Igreja, iam cobiçar prata e ouro. Nessa cobiça forçam até os pobres necessitados a praticarem a lei do dízimo (Mt 23.4).
Mas Paulo adverte, no capítulo 6 da sua Primeira Epístola a Timóteo, que não entre por esse caminho, praticando esse tipo de obra. No versículo 10 ele diz: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males”.
E no versículo 11: “Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão”.
O cristão deve contribuir, sim, porém, de maneira espontânea, não pela lei de mandamentos carnais, mas pela lei da liberdade, segundo o sentimento do coração, conforme a expressão do apóstolo Tiago:
Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisto persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado nos seus feitos” (Tg 1.25).
Confira também, Tg 2.12.
A lei da liberdade dispensa a ordenança de percentual, mas interessa-se no propósito do nosso coração; o apóstolo Paulo nos conscientiza desta realidade, dizendo: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria
 (2Coríntios 9.7).
Ao crente que tem consciência de sua responsabilidade diante de Deus, não é preciso que lhe determine a quantia ou o percentual que deva contribuir, pois contribui com o máximo que pode.

A viúva pobre, quando deu o que tinha (o máximo que podia Lc 21.1-4), não o fez com base em dízimo, mas em contribuição espontânea.
A denominação evangélica que ordena o percentual de contribuição, demonstra dúvida quanto à espiritualidade dos seus membros, visto que 1 Timóteo 1.9-10 declara que a lei não é feita para os cristãos, mas para os ímpios, para os profanos, para os que são contra a sã doutrina.
Portanto, cristãos, não podemos nos deixar influenciar pelo espírito legalista, ou seja, não devemos de forma alguma associar a contribuição cristã a cumprimento de percentual.
Os defensores do dízimo alegam o seguinte: “O dízimo é um percentual de referência mínima para estabelecer o piso de contribuição cristã”.

Mas, na realidade, tal alegação não confere com a verdadeira doutrina cristã.
Pois segundo o ensinamento do Evangelho de Cristo, o Espírito da Graça não estabelece piso nem teto de contribuição.

O percentual preestabelecido como contribuição mínima (como alegam) é pura lei de mandamento carnal.
Devemos entender que o obreiro tem o direito e o dever de apresentar as necessidades financeiras da obra e incentivar os cristãos a contribuírem, mas não tem o direito de determinar o valor ou o percentual com que cada cristão deva contribuir, pois dessa maneira, a contribuição cristã já não seria pelo propósito do coração de “cada um” (como manda a Bíblia, 2 Co.9.7), mas pelo propósito do coração do obreiro.
Isso significa que cujo obreiro não está confiando na espiritualidade da igreja e, pela carne, quer realizar a obra que só o Espírito Santo pode realizar.

Mas, tal condição não deve ser aceita:
“Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo vos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão"(Gl 5.1).

Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei” (Gl 5.18). 



Paz Seja Contigo!
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