domingo, 20 de setembro de 2015

O ESCLARECIMENTO DA LIBERDADE CRISTÃ




A liberdade cristã, que importa na isenção da prática da Lei, foi totalmente esclarecida pelo Espírito Santo, depois da ressurreição de Jesus. Até então, os
discípulos continuavam na prática da Lei, isso é, guardando o sábado, jejuando, se circuncidando, e guardando toda a Lei de Moisés; até entenderem, pelo
Espírito Santo, todo o processo de salvação pela Graça de Cristo; mas isto foi muito gradativo.
Porém, diante dessa situação, surge a seguinte pergunta: 
“mas os discípulos, que conviveram com Jesus, não tomaram conhecimento de que não precisariam mais fazer essas coisas? 
Jesus não os ensinou a respeito de tudo isto?”
 Absolutamente não, pois Jesus não pregou abertamente a liberdade cristã aos discípulos, porque na época eles não tinham condições de entendê-la, por dois motivos:

Primeiro, porque o Espírito Santo ainda não tinha sido derramado sobre eles (João 7. 39), 
e as coisas de Deus só se entendem espiritualmente: “Ora, o homem natural
não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque
lhes parece loucura; e não pode entendê-las, 
porque elas se discernem espiritualmente”
 1ª Coríntios  2. 14
   
Segundo, porque o próprio Jesus era guardador da Lei, como: circuncisão, jejum, dízimos, guarda de dias, meses e anos etc. Pois a missão de Jesus era a prática da
Lei, cumprindo-a em nosso lugar. 
Por isto, Ele afirma:
“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir” 
Mateus  5. 17

Gálatas 4.4, diz que Jesus foi nascido sob a Lei.
Em Lucas, 2.21-24, foi apresentado ao oitavo dia, circuncidado, dada a oferta 
(um par de rolas), segundo o que está escrito na Lei de Moisés. 
Romanos 15.8, diz que Ele foi ministro da circuncisão, 
por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais.
Por este claro motivo, momentaneamente os discípulos não tinham condições de entender a liberdade cristã, ou seja, a isenção de tais obras. Até então, continuavam em plena prática dos mandamentos da Lei. Por essa razão é que no sábado do sepultamento de Jesus,
as mulheres não levaram as especiarias para a unção do Seu corpo, conforme está escrito:
 “E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos; e no sábado
repousaram, conforme o mandamento”
 Lucas  23. 56
A missão do ensinamento da liberdade cristã, Jesus deixou para o Espírito Santo, 
assim que fosse derramado.
Motivo este que levou Jesus a declarar: 
“Tenho muito que vos dizer, mas vós não podeis suportar agora, mas,
quando vier o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade”
 João  16. 12-13
Em verdade, este fato concretizou-se após a ressurreição de Jesus, quando os discípulos, ao receberem o Espírito Santo, começaram a ser esclarecidos de toda a
verdade do Evangelho e, automaticamente, da liberdade cristã.
Um dos registros desta história encontramos claramente no capítulo 15, versículos 1 ao 32 de Atos dos Apóstolos; pois famosa foi a questão da igreja naquela época,
 de admitir ou não os gentios à fé cristã; porque os gentios não eram praticantes da Lei; e em os admitindo, se deveriam ou não serem submetidos à prática da Lei
(da circuncisão, da guarda do sábado, do jejum, do dízimo, etc.)
 Então, convocaram uma grande assembleia para debaterem este assunto. A libertação dos cristãos em relação ao jugo da servidão da Lei, foi, inicialmente, o
polêmico tema da assembleia. Porém logo foram esclarecidos, pelo Espírito Santo, que deveriam recebê-los apenas pela prática da fé em Cristo,
 sem submetê-los à prática da Lei.

Finalmente foram ensinados, pelo Espírito Santo, que seria uma tentação a Deus colocarem esse jugo sobre a cerviz dos discípulos
 Atos  15. 10
Foi quando decidiram enviar uma carta às congregações dos gentios 
convertidos a Cristo, dizendo:
Atos 15. 24-29
24 Portanto ouvimos que alguns que saíram dentre
nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento,

25 Pareceu-nos bem, reunidos concordemente,
eleger alguns homens e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo,

26 Homens que já expuseram as suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.

27 Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais por palavra vos anunciarão
 também as mesmas coisas.

28 Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, 
não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: 

29 Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, 
e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas bem
 fazeis se vos guardardes. 
Bem vos vá.

Confirmaram-se assim as Palavras de Jesus, em João 16.12-13 (citadas acima), 
que disse:
“Tenho muito que vos dizer, mas, vós não podeis suportar agora,
quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará
em toda a verdade”.

Aliás, se os discípulos, na época que conviveram com Jesus, 
que O acompanharam na prática da circuncisão e na guarda de toda a Lei, 
tivessem condições de ouvirem do próprio Jesus que eles não precisavam se
circuncidar e guardar a Lei, não teriam passado por aquela tão grande polêmica, discutindo tais coisas. Mas isso, na época, era de difícil compreensão para eles; pois
na imaginação dos discípulos dava que, se Jesus praticava a Lei, eles também tinham condições de praticá-la. Até porque, quando Jesus perguntou para Tiago e João, se eles
podiam beber o cálice que Ele bebia, eles logo responderam que sim. 
Então, foi exatamente por motivos desta natureza que 
Jesus não explicou abertamente a isenção da prática da Lei aos discípulos.

Outrossim, em nenhum momento da discussão na grande assembleia de Jerusalém sobre o assunto, os discípulos disseram ter ouvido de Jesus algum ensinamento a
esse respeito, ou seja, que Jesus tivesse dito diretamente que eles não precisavam se circuncidar e guardar a Lei de Moisés; apenas disseram no versículo 15 que com isso concordaram
as palavras dos profetas. Eles pregaram a isenção da Lei de Moisés com base nas palavras dos profetas; mas não citaram nenhuma explicação de Jesus. Porque os discípulos não entendiam que Jesus veio cumprir a Lei em nosso lugar exatamente para nos isentar
da prática dela, ou seja, para nos oferecer a justiça da Lei apenas pela fé no Seu nome, isto é, pela Sua Graça, sem as obras da Lei, pelo fato de Deus entender que não temos
a mínima capacidade para vivermos na prática da Lei. Por isto, a prática da Lei no cristianismo nos separa da Graça de Cristo; conforme está escrito: “Separados estais de
Cristo, vós os que vos justificais pela Lei; da Graça tendes caído”
 Gálatas  5. 4

Na verdade, Jesus não pregava diretamente a isenção das obras da Lei, mas fazia menção da libertação do jugo delas, ao pregar a salvação pela Sua Graça, dizendo: 
“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á”; 
“Quem crer e for batizado será salvo”; 
“Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”; etc.

O cristão não deve aceitar, de líder algum, a imposição da prática de nenhuma obra, quando a mesma não estiver enquadrada na doutrina do Espírito da Graça
que há em Cristo Jesus. O apóstolo Paulo, comentando sobre a liberdade cristã,
adverte os coríntios, dizendo:
“Fostes comprados por bom preço, não vos façais servos
dos homens”
1ª Coríntios  7. 23

E aos colossenses, Paulo diz: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, 
por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, 
segundo o rudimento do mundo, e não segundo Cristo”
Colossenses  2. 8

Existem obreiros nos nossos dias agindo de forma gananciosa, isto é, querendo dominar o rebanho de Deus com o desejo enganoso do seu coração, como se tivessem
domínio próprio sobre a Igreja de Deus. Essa atitude tem causado prejuízos à obra de Deus, e sem dúvida é reprovada pelo Espírito Santo.
O apóstolo Pedro adverte aos obreiros da Igreja de Deus, com as seguintes palavras: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por
força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; 
nem como tendo domínio sobre a herança de Deus,
 mas servindo de exemplo ao rebanho”
1ª Pedro  5. 2-3

Já aprendemos acima, com o exemplo da história da Igreja primitiva,
 registrado em Atos 15.5-10, que os discípulos foram ensinados pelo Espírito Santo,
 que, pôr sobre a cerviz dos cristãos, 
jugo desta natureza, é tentar a Deus.
Tentar a Deus, nesse caso, quer dizer: exigir dos cristãos a prática de ordenanças que são contra a vontade de Deus, as quais não se enquadram na verdadeira
doutrina cristã, como é o caso da guarda do sábado, da circuncisão, do sacrifício de jejum, do uso de véu, do pagamento de dízimo, da abstinência de manjares, etc.
Porque se o Espírito Santo nos ensina que os mandamentos do cristão vêm pela lei da liberdade, sem dúvida essas obras legalistas não são nada mais nada menos do que puro mandamento carnal, para novamente submeter o povo de Deus ao jugo da servidão. 
Mas, a orientação bíblica é para que nenhum cristão troque a sua
 liberdade espiritual pela maldição da servidão da Lei:
“Estais, pois, firmes na liberdade com que Cristo vos
libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão” 
Gálatas  5. 1

Cristo nos libertou da maldição da Lei; contudo, os homens querem novamente submeter a igreja de Deus ao jugo dessa servidão. Não conhecendo a justiça de Deus, 
querem estabelecer a sua própria justiça
 Romanos  10 . 3

Muitos pregam que a salvação é pela GRAÇA, mas não fazem disto uma prática real nas suas vidas e nem nas suas constantes pregações; pois se contradizem ao dizer que
aquele que não guarda o sábado, não usa o véu, não paga o dízimo, não jejua, etc., não tem a remissão dos seus pecados. Com essa atitude legalista, demonstram ser insensíveis à
integridade da própria GRAÇA que pregam. Com os lábios pregam que a salvação é pela GRAÇA, mas com o coração exigem a ordenança da Lei.

O cumprimento de tais obras só teve validade espiritual em épocas anteriores ao Novo Testamento, ou seja, na dispensação da Lei, antes da Lei (nos tempos de Abraão), porque nessas épocas, a salvação pela GRAÇA DE CRISTO ainda não estava em prática. Motivo esse que levou Abraão a praticar obras tais, como: circuncisão, sacrifícios de animais,
dízimo, etc., as quais não se enquadram na verdadeira prática cristã. Porém, podemos afirmar, com absoluta certeza espiritual, que, se Abraão vivesse na época do cristianismo,
não praticaria tais obras.

Concluo então este texto, deixando claro que para chegarmos a integridade da fé, temos que estar totalmente isentos da prática da Lei de mandamentos carnais; pois a
liberdade cristã é uma graça concedida por Deus Pai, pregada por Seu Filho Jesus Cristo nas entrelinhas das Suas ricas e poderosas mensagens de salvação, e esclarecida abertamente
pelo Espírito Santo após o Seu derramamento sobre toda a carne.



Paz seja com todos,
JC de Araújo Jorge



quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O DOMÍNIO E A FORÇA DO PECADO




Para obtermos um melhor esclarecimento
concernente a esse “domínio e força do pecado” sobre o
ser humano, comecemos analisando os versículos
transcritos a seguir: 

1º) Porque o pecado não terá domínio sobre vós,
pois não estais debaixo da lei,
 mas debaixo da graça 
Romanos  6. 14

2º) Ora, o aguilhão da morte é o pecado, 
e a força do pecado é a lei 
1ª Coríntios  15. 56

No primeiro versículo, encontramos uma
advertência sobre “o domínio do pecado”, e no segundo,
sobre a “força do pecado”; e o que podemos observar é
que o pecado toma força e domínio exatamente sobre
aqueles que tentam praticar a Lei. 
Essa Lei que ao se deparar com a incapacidade da carne, gera o pecado
tomando força e domínio sobre o ser humano.
Muitos, me fazem a seguinte pergunta:
 “é a Lei pecado?”
 E a resposta corretamente dada é:
 de modo algum! 
Paulo, ao instruir os romanos sobre a força e o domínio do pecado
 por intermédio da Lei, é bem claro ao afirmar: 
“A lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom” 
Romanos  7. 12

O que Paulo aponta como erro não procede da Lei,
mas sim da imperfeição humana. É quando ele declara
que a Lei enfermou pela carne 
Romanos  8. 3

A fragilidade humana não resiste a cobrança de
perfeição da Lei. E a Lei só teria condição para salvar se
encontrasse perfeição e justiça no ser humano; porém, é
exatamente por falta dessas indispensáveis virtudes que
torna impossível a salvação pela Lei.
Paulo revela o fracasso do homem diante da
santidade e perfeição da Lei, dizendo: 
“Porque bem sabemos que a lei é espiritual,
 mas eu sou carnal, vendido sob o pecado” 
Romanos  7. 14

Se a Lei realmente encontrasse na carne suas
requisitadas qualidades, não seria chamada de
“Ministério da Morte” e “Ministério da Condenação”,
como foi no capítulo 3, versículos 7 a 9 da Segunda
Epístola de Paulo aos Coríntios, mas sim de
 “Ministério da Salvação”.

Porém não havendo em nós as devidas
qualidades, a Lei condenou a carne no pecado. Mas Deus,
pelas riquezas da Sua Graça, enviou Seu Filho Jesus
Cristo, guardando e cumprindo com perfeição a Lei que
havia condenado a carne no pecado, e inverteu a situação,
condenando o pecado na carne, para que fôssemos livres
da força e do domínio do pecado. Isto se não voltarmos a
persistir na prática das ordenanças da Lei da condenação,
mas vivermos totalmente na Graça de Cristo.

Observemos Romanos  8. 1-3, transcritos a seguir:

1) Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão 
em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne,
 mas segundo o Espírito.

2) Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, 
me livrou da lei do pecado e da morte.

3) Porque o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, 
Deus, enviando seu Filho em semelhança da carne do pecado, 
pelo pecado condenou o pecado na carne.

Esta passagem bíblica é muito lida nas reuniões
das igrejas, mas pouco observada como declaração de
isenção da Lei de mandamentos carnais, a qual gera o pecado. 

No versículo 2 (citado acima), Paulo declara:
“Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me
livrou da lei do pecado e da morte”. Em parte, é o mesmo
que dizer: Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo
Jesus, me livrou da lei da circuncisão, do dízimo, do
jejum, da guarda do sábado, do uso do véu, etc. Isto,
obviamente, porque a lei do Espírito de vida, em Cristo
Jesus, ensina a servir a Deus em liberdade de espírito;
mas a lei do pecado e da morte, ensina a cumprir obras de
mandamentos carnais.

Na dispensação da Lei, o homem teria que ser
perfeito na prática de todas as obras que estavam escritas
no Livro da Lei para cumpri-las. Pois a qualquer
impossibilidade do seu cumprimento, o pecado estava à
porta, dominando o povo de Deus por tal transgressão.
Mas, na dispensação da Graça, Deus tirou este
poder do pecado, nos libertando da prática das obras que
estavam escritas no livro da Lei. Por isto, os
mandamentos da Nova Aliança determinam somente a
realização de obras fraternais, 
e ainda conforme as possibilidades de cada um. 
É exatamente por este motivo que a lei da Graça não causa transgressão.

Deus anulou, para os cristãos, a prática das obras
da Lei, para livrar o Seu povo da maldita transgressão:
“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão
debaixo da maldição; porque está escrito: maldito todo
aquele que não permanecer em todas as coisas que estão
escritas no livro da lei, para fazê-las” 
Gálatas  3. 10
Essa maldição só recai sobre o povo da Lei, que
quer realizar obras exclusivas do Antigo Pacto. Porque,
para fugir da transgressão da Lei, só saindo de debaixo
dela; conforme nos adverte
 Paulo na sua Epístola aos Romanos:
 “Porque onde não há lei também não há transgressão” 
Romanos  4. 15

Portanto, cristão, não se prenda debaixo do jugo da
servidão, mas viva totalmente na Graça de Cristo, para
obter o generoso resultado que ela nos concede: “Porque
o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais
debaixo da lei, mas debaixo da graça”
 Romanos  6. 14


AS  OBRAS  PELA  LEI  DA  GRAÇA

“Não estamos sem lei para com Deus, mas debaixo
da lei de Cristo
1ª Coríntios  9. 21

Embora o cristão não tenha compromisso com a
Lei de mandamentos carnais (o Antigo Pacto), mas ele
tem com a lei de Cristo. A lei de Cristo, mesmo sendo
chamada de ”Lei da liberdade” ou “Lei da fé”, não
dispensa, dentro das possibilidades humanas, as boas
obras. O próprio Jesus menciona as obras do cristão ao
prometer o Seu galardão, quando diz: “E o meu galardão
está comigo para dar a cada um segundo as suas obras”
Apocalipse  22. 12
Tiago é claro ao afirmar: 
“A fé sem obra é morta”
Tiago  2. 17

Muitos, por falta de interpretação apropriada das
Santas Escrituras, julgam que a expressão de Tiago entra
em contradição com algumas expressões do apóstolo
Paulo, como por exemplo, quando Paulo afirma aos
efésios: “Não vem das obras, para que ninguém se glorie”
(Ef 2.9); e aos romanos: “Mas se é pela graça, já não é
pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça”
Romanos  11. 6

Mas, o que devemos entender, é que Tiago está
fazendo referência às obras da fé (do Novo Conserto),
realizadas de forma horizontal, enquanto Paulo está
falando sobre as obras da Lei (do Antigo Conserto),
realizadas de forma vertical, isto é, em oferecimento a Deus.
No capítulo 3, versículo 20, de sua epístola aos
romanos, podemos claramente entender que Paulo se
refere às obras da Lei do Antigo Pacto, quando faz a
seguinte declaração: “Por isto nenhuma carne será
justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei
vem o conhecimento do pecado” 
Romanos  3. 20

E no versículo 28 do mesmo capítulo, diz: 
“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei ”.
Porém, o próprio apóstolo Paulo, quando se refere
às obras que são pela fé, admoesta os cristãos,
incentivando-os com grande ênfase a realizá-las pela
prática da fé e do amor. Ao escrever sua Primeira Epístola
a Tito, ele o desperta, dizendo que Jesus Cristo está
preparando um povo de boas obras, quando afirma:
 “O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda
iniquidade, e purificar para si um povo seu especial,
zeloso de boas obras” 
Tito  2. 14 

E na sua Epístola aos Efésios diz: 
“Porque somos feitura sua, criados em Cristo
Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para
que andássemos nelas” 
Efésios  2. 10

No cristianismo realmente são excluídas as obras
da lei de mandamentos carnais, mas estabelecidas as
obras da lei da liberdade, que opera por amor (Gálatas 5. 6).
Esta lei não dispensa as boas obras (as obras fraternais),
porém, só as exige de acordo com as possibilidades de
cada um.
Se o cristão não pode realizar uma obra, por
motivo de força maior, nada lhe é cobrado; mas se pode e
não o faz, obviamente que sua espiritualidade está em
baixa, por não sentir amor pela obra de Deus. Pois sem
dúvida nele não existe o indispensável fruto do Espírito
mencionado em Gálatas 5. 22, que diz: 
“Mas o fruto do Espírito é: 
amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança”.

Ter possibilidade de fazer o bem e não o fazer é
imputado como pecado; conforme está escrito:
 “Aquele,pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado”
Tiago  4. 17

Concluímos, pois, que a bondade, a fé, a
benignidade e o amor, com que o verdadeiro cristão é
dotado, são companheiros inseparáveis das boas obras.



Paz seja com todos,
JC de Araújo Jorge




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