“O DÍZIMO É BÍBLICO; ESTÁ ESCRITO!”,
ALEGAM OS PREGADORES LEGALISTAS.
ALEGAM OS PREGADORES LEGALISTAS.
“É BÍBLICO” ou “ESTÁ ESCRITO”, é a razão equivocada que muitos apresentam para introduzir no cristianismo algumas obras cuja realização é, sem dúvida, contra a vontade de Deus.
Existem muitas obras bíblicas, ou, que estão escritas, mas que não podem ser aplicadas no cristianismo, como por exemplo:
a) Sacrifício de animais é uma obra bíblica e, inclusive, paralela ao dízimo; pois também está escrita no livro de Malaquias!
Foi praticada na Lei, antes da Lei, mas não deve ser praticada no cristianismo.
b) O apedrejamento por adultério é, sem dúvida, bíblico, mas também não se enquadra na prática cristã.
c) A circuncisão também é bíblica; foi praticada na Lei, antes da Lei, e inclusive por Jesus (Lc 2.21-24; Rm 15.8), entretanto, o cristão não deve praticá-la, pois está escrito: “Se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará (Gl 5.2)”.
Não é por uma obra estar escrita na bíblia, que deve ser praticada no cristianismo. Vale lembrar que, existem a letra da Bíblia e o Espírito da bíblia. A letra só tem respaldo divino aliada ao Espírito da Bíblia.
Citar a letra da Bíblia sem juntá-la ao Espírito dela, pode levar à heresia, ou seja, pode formar um anátema. Por isto Paulo diz:
“porque a letra mata, mas o Espírito vivifica” (2º Co 3.6). Satanás, ao tentar Jesus, pediu-lhe indevidamente a realização de uma obra bíblica, usando o seguinte argumento:
“porque está escrito”. Ele pediu para Jesus se atirar do pináculo do Templo, dizendo: “Está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que não tropeces em alguma pedra”.
Então Jesus lhe respondeu, usando também um texto bíblico, porém, em harmonia com o Espírito da Bíblia, dizendo: “também está escrito:
Não tentarás o Senhor teu Deus”. Porque, o que Satanás citou, realmente estava escrito (era bíblico), mas não era para àquela hora (para aquela situação), mas para a hora certa.
Aplicar uma obra de maneira indevida só porque “está escrito” é realmente tentar a Deus. Por este motivo encontramos, em Atos dos Apóstolos, a devida repreensão aos discípulos que cometeram essa tentação a Deus ao imporem sobre os cristãos a prática da Lei de Moisés (inclusive o dízimo), quando diz:
“Por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar?” (At. 15.10).
Observem que, todas estas obras que o Espírito Santo revelou aos apóstolos que se as colocassem em prática no cristianismo seria uma tentação a Deus, estavam escritas na Bíblia! Eram bíblicas!
Portanto, obreiros do Evangelho, não vamos tentar a Deus, mas sim deixar o cristão livre para contribuir com qualquer percentual.
Porque sobre o dízimo, realmente está escrito, porém, para a hora certa (para a época do Velho Testamento, ou, para quem quer viver debaixo da Lei), mas não para o verdadeiro cristianismo.
Então, sabemos que, aplicar o dízimo ao cristianismo, porque está escrito, é cometer o erro da observância exclusiva da letra (é tentar a Deus).
Vale ressaltar que, Satanás provocou a tentação a Deus, ao pedir para Jesus se atirar do pináculo do Templo, dizendo: “está escrito”.
Portanto, não se pode tomar uma obra da Lei (que vem por mandamento carnal, obra morta), como é o caso do dízimo, e aplicar ao cristianismo, pelo fato de ser bíblica.
Obras desta natureza, no cristianismo, são consideradas obras mortas. Mas a contribuição cristã deve chegar diante de Deus como obra viva, sem percentual prefixado por Lei, isto é sem limite máximo nem mínimo, mas que se realiza pela lei da liberdade (Tg 2.12; 1.25; 2º Co 9.7).
SACRILÉGIO:
A pregação do dízimo no cristianismo é um verdadeiro sacrilégio (é um agravo ao Espírito da Graça).
Pois quando é pregado que aquele que não dá o dízimo é ladrão e amaldiçoado, está reputando o dízimo como uma obra imprescindível à salvação, ou seja, está substituindo a Graça de Cristo pelo cumprimento da lei do dízimo.
E isto é realmente fazer agravo ao Espírito da Graça. Porque a espontaneidade para contribuir, e a liberdade para que o percentual de contribuição seja determinado pelas possibilidades e propósito de coração, são características proporcionadas pelo Espírito da Graça.
Ao contrario, estaríamos aniquilando a Graça de Deus. Por esta razão lemos em Gálatas 2.21: “Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde”.
A ofensa ao Espírito da Graça pode custar muito caro para aquele que à pratica, pois a este respeito, está escrito:
“quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas.
De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da Aliança, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça.?” (Eb 10.28,29 ; Rm. 5,20.)
A HERESIA DA DEVOLUÇÃO:
A pregação do dízimo troca a Graça de Cristo pela maldição da Lei. Chegam até a ensinar que o cristão está devolvendo o dízimo!
Ora, devolver o dízimo é rejeitar a Graça de Cristo; é devolver o Sacrifício que Ele consumou na Cruz do Calvário, e confiar que pode cumprir essa Lei, como quem diz:
“eu não preciso, eu cumpro, eu posso, eu sou fiel nesta Lei, então te devolvo.” Mas, mesmo que alguém seja fiel nesta Lei, terá que ser fiel em toda a Lei, ou seja, devolver todo sacrifício de Cristo, e passar a guardar toda a Lei, (Gl 5.1-3; Tg 2.10).
O Dízimo, corretamente compreendido, era o imposto de renda da nação. Imposto esse, que só foi regularmente cobrado pelas autoridades eclesiásticas durante o tempo em que a religião e a política caminhavam juntas, ou seja, quando o ministério político era governado pelas autoridades religiosas.
Eram dois componentes em uma só realidade. Tanto, que no mundo judaico, o Sinédrio (máximo órgão jurídico e administrativo da nação) era presidido pelo sumo sacerdote.
Mas, o ministério cristão foi constituído, sem dúvida, separado da política. O próprio Jesus declarou: “O meu Reino não é deste mundo” (Jo 18.36). Por este motivo, a cobrança do imposto de renda (o dízimo) ficou somente a cargo do governo político.
Isso nos ajuda a entender o porquê da Igreja cristã primitiva não ter praticado a cobrança do dízimo.
Porque, tudo que se trata de tributo, imposto de renda, pertence ao governo político. Por este motivo, Jesus achou justo dar a moeda do tributo ao representante político (a César).
Temos certeza que, hoje, em termo de Brasil, se perguntasse para Jesus sobre o imposto de renda (que corresponde ao dízimo da época), dizendo: É lícito pagar o imposto de renda à Lula?
A resposta seria a mesma: Dai a Lula o que é de Lula, e a Deus o que é de Deus. Ou seja: dai o imposto de renda ao governo político, e a Deus o que é de Deus.
Todos os cobradores de dízimos, na área de contribuição, operam como ministros do Velho Testamento e não do Novo, da letra e não do Espírito.
E em referência às suas justificativas de que há operação divina no meio de suas respectivas igrejas, posso afirmar que a correção é parte integrante dela; Deus opera no meio de Sua Igreja para salvar, abençoar, ensinar e corrigir.
Deus está tomando providências contra o grave erro da cobrança do dízimo, exatamente pelo fato dela estar acontecendo dentro de muitas das Suas igrejas. Se tal erro acontecesse simplesmente fora da Igreja, Deus não tomaria as devidas providências como tem tomado nestes últimos tempos.
Mas, para livrar o Seu povo desse jugo desagradável e dessa indevida cobrança, o Senhor tem Se dirigido de forma repreensiva a tais obreiros.
Este é o principal motivo que prova que muitas das igrejas que cobram dízimo pertencem a Deus e, igualmente, seus respectivos obreiros.
Em quase todos os livros da Bíblia Sagrada encontram-se repreensões a obreiros, por alguma obra que não estava correta diante de Deus; e a recomendação para essa situação é: ao reconhecer o erro, aceitar a devida correção, para melhor agradar a Deus no seu ministério, conforme a orientação do escritor aos Hebreus:
“Por isto, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento de arrependimento de obras mortas e de fé em Deus” (Hb 6.1).
Deus tem falado de diversas maneiras com o Seu povo a respeito desse legalismo, e agora fala através deste livro que tem me inspirado. Só não aprende aquele que endurece o coração e não dá ouvido ao Espírito Santo; mas é importante termos como exemplo a recomendação divina do Salmo 95.7-8: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações”.
Portanto, irmãos, vamos seguir a vontade de Deus expressada pelo apóstolo Paulo na sua Epístola aos Gálatas, quando disse: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão”, (Gl 5.1).
Concluo, pois, este capítulo, trazendo à memória o capítulo 15, versículo 10, de Atos dos Apóstolos, o qual nos adverte que, submeter a Igreja de Cristo ao jugo da servidão da Lei (da qual o dízimo é parte integrante) é realmente tentar a Deus:
“Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar?”
Paz seja com todos!
JC de Araújo Jorge