Escribas e Fariseus
Enquanto a Lei e os Profetas exigiam a prática da ordenança dos dízimos do povo da Aliança Levítica, era profetizada a liberdade de contribuição para o povo da Nova Aliança
(para o cristianismo).
(para o cristianismo).
Devemos aceitar e concordar, também e principalmente, com a cobrança do DÍZIMO durante a dispensação da Lei, visto que em tal época a nação também era, politicamente, administrada pelas autoridades religiosas; e o DÍZIMO (o imposto de renda) aparecia naquela dispensação como ordenança de Deus; e todo o povo que vivia sob a Lei, deveria praticá-lo.
O DÍZIMO na Lei aparece pela primeira vez em Levítico 27.30-34. O texto nos mostra que deveria ser dado o dízimo do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, das vacas, das ovelhas e de tudo que passasse debaixo da vara.
Os dízimos deveriam ser observados de forma rigorosa, pois eram considerados santos ao Senhor (Lv 27.32).
Deveriam ser levados aos levitas, porque o Senhor lhes dera por herança, pelo serviço que exerciam na tenda da congregação (Nm 18.21).
Os levitas deveriam levar aos sacerdotes o dízimo dos dízimos (o centésimo da renda do povo), como ordenava a Lei (Nm 18.26; Ne 10.38).
A cada 3 anos o povo deveria recolher os dízimos da colheita para que houvesse alimentos em suas cidades para o levita, o estrangeiro, o órfão e a viúva (Dt 14.28-29; 26.12-14).
O versículo 10 do capítulo 3 de Malaquias nos fala que o dízimo era para que houvesse mantimento na casa de Deus.
Na Lei, o homem que não fosse dizimista era considerado ladrão e estaria debaixo da maldição, por não cumprir tal ordenança da Lei (Ml 3.8 ; Gl 3.10).
Então, fica claro que aquele povo deveria dizimar, pois fazia parte das ordenanças do Senhor aos que estavam debaixo da Lei.
Todavia, devemos rejeitar a exigência do dízimo no Cristianismo, por ele ser exclusividade do Velho Testamento e não um mandamento cristão. A prática da lei do dízimo é, na verdade, proveitosa, se o tal guardar toda a Lei (viver segundo a Lei).
Esta foi a advertência do apóstolo Paulo aos romanos que insistiam na prática da circuncisão, dizendo: “Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei” (Rm 2.25).
E a advertência de Jesus aos fariseus dizimistas, que não guardavam toda a Lei foi: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei” (Mt 23.23).
Se alguém quer viver debaixo da Lei, tem que ser íntegro na sua prática, sem tropeçar em um só ponto (Tg 2.10). Neste caso a sua salvação seria pelas obras da Lei, e não pela Graça de Cristo (Gl 5.4).
Malaquias profetiza o fim da lei do dízimo e a liberdade de contribuição para o cristianismo
Ao mesmo tempo em que a Lei e os Profetas exigiam a prática da ordenança dos dízimos do povo da Aliança Levítica, era profetizada a liberdade de contribuição para o povo da Graça.
Motivo pelo qual, para os cristãos, a Lei e os Profetas duraram até João Batista (Mt 11.13).
Porque com a pregação de João, deu-se a transição da Lei para a Graça; bem compreendido, para aqueles que aceitam a salvação pela Graça de Cristo.
A Lei profetizou o seu próprio fim; é o que justifica a expressão de Paulo aos gálatas, quando declara: “Eu pela lei estou morto para a lei para viver para Cristo” (Gl 2.19).
No capítulo 3 do livro de Malaquias, a Palavra de Deus faz menção da contribuição do povo da Lei mosaica, e também da contribuição do povo da Graça (do cristianismo).
Nota-se que antes de a Palavra de Deus exigir a cobrança do dízimo do povo da Aliança Levítica, impondo a sua prática sob pena da maldição da Lei (Ml 3.8-10), profetiza o fim do dízimo e a liberdade de contribuição para o cristianismo (Malaquias 3.1-5).
No versículo 3 diz: trarão ofertas em justiça, e no versículo 4, que a oferta será agradável ao Senhor como nos dias antigos, como nos primeiros anos.
Esses dias antigos e os primeiros anos mencionados neste versículo referem-se à saída do povo do Egito, aos primeiros anos da caminhada; pois sabe-se que nesse tempo não era aplicada a cobrança do dízimo.
Segundo a Bíblia Sagrada, a ordenança dos dízimos já havia sido promulgada, mas a sua prática só começaria após a entrada na terra prometida (Dt 26.1-12). Até então, eram feitas ofertas espontâneas (Ex 36.2-7; 35.4-29; Nm 7.1-8; 31.48-54).
Porém, o povo contribuía com tanto amor e com o coração tão voltado para a obra de Deus, de maneira que sobejavam ofertas. Algumas vezes, Moisés tinha que pedir ao povo que parasse de contribuir (Ex 36.5-7).
Essa agradável abundância de contribuição era proporcionada pelo amor e prontidão de vontade do povo.
A generosidade do povo para com a obra de Deus naqueles primeiros anos se tornou muito comentada entre o povo israelita, de maneira que Deus chega a citá-la como exemplo para o cristianismo.
Observe o leitor que, quando a determinação de contribuição financeira, da parte de Deus, é direcionada ao cristianismo, a palavra “dízimo” desaparece, e muda a expressão para: “Ofertas em Justiça” (Ml 3.3).
Quanto à ideia de praticar o dízimo por ter sido uma obra praticada antes da Lei, e inclusive por Abraão, é expressamente censurada pelas Escrituras Sagradas.
Pois não se pode, de forma alguma, aplicar uma obra dessa natureza ao cristianismo, pelo fato de ter sido praticada por Abraão!
Alguns crentes da igreja da Galácia persistiam na prática da circuncisão, certamente com a ideia de ter sido uma obra praticada antes da Lei, e inclusive por Abraão, porém, foram advertidos pelo apóstolo Paulo, que lhes disse:
“se o crente se circuncidar, Cristo para nada aproveita e o tal está
obrigado a guardar toda a lei”
(Gl 5.2-4);
e acrescentou, dizendo que isso lhes separaria da Graça de Cristo
(Gl 5.4).
obrigado a guardar toda a lei”
(Gl 5.2-4);
e acrescentou, dizendo que isso lhes separaria da Graça de Cristo
(Gl 5.4).
Paz seja com todos!
JC de Araújo Jorge
JC de Araújo Jorge
Querido, a paz!
ResponderExcluirOlha amado, para ser sincero, não estou convencido pelas suas argumentações sobre o fim do dízimo.
1. Você citou que a razão de Abraão dar o dízimo a Melquisedeque foi mais política do que religiosa, mas acho que tal afirmação carece de fontes que atestem a sua confiabilidade.
1.a. Não esqueçamos que o Senhor Jesus é sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque e não de Arão, logo com o fim do sacerdócio da Lei voltado à descendência de Arão não anula o dízimo, pois estamos debaixo de outro concerto - não de Arão, mas de Cristo.
2. Então porque Jacó fez um voto de dizimar a Deus de tudo aquilo que o Senhor lhe houvesse dado em Padã Arã em casa de Labão? Ao que sabemos Melquisedeque ou qualquer outro arrecadador (de imposto de renda) não estava ali presente?
O irmão também falou acerca da circuncisão e sacrifício de animais feitos por Abraão. Verdade é que quanto a estes o Novo Testamento se opõe dizendo que não são mais necessários, porém porque então a única referência direta ao dízimo (Mateus 23.23) no Novo Testamento não o condena?
Qual será então a razão do silêncio do Novo Testamento acerca do assunto?
Paz!
No próprio Mateus 23,23 O Messias fala que os fariseus e doutores da Lei davam o dízimo ao mesmo tempo em que descuidavam-se de ensinamentos mais importantes da Lei, o que reforça o argumento de que, abolida a Lei, também resta abolida a necessidade de dizimar. "Um testamento só tem eficácia com a morte do testador" (cf Hebreus 9, 16)
ExcluirDe fato o dízimo dado a Melquisedeque foi político. Abraão deu parte dos despojos para poder passar por aquelas terras. Era como se fosse um "pedágio". Abraão e aqueles que o acompanhava haviam acabado de ir em resgate de Ló e estavam cansados da batalha. Abraão fez OFERTA ESPONTÂNEA a Melquisedeque (é preciso lembrar que a Lei só veio com Moisés, bem depois,e por tabela a obrigação de dizimar).Assim, não havia necessidade de dar dízimo a um sacerdote; e mesmo após a Lei, só um levita podia recolher os dízimos. Jacó e Levi nem haviam nascido... Então era impossível haver levita.
Lendo o relato bíblico atentamente, percebe-se que além de Melquisedec, tbm estava presente o rei de Sodoma (cf Gênesis 14, 21). Como Melquisedeque é prefiguração do sacerdócio (mediação) feita pelo nosso Salvador na dispensação atual, o argumento do autor do texto desse blog, a meu ver, é plausível.
Minha opinião pessoal é que na dispensação atual não deve haver sacerdotes, pois há um único sumo sacerdote iminente. E tbm não deve haver templo, pois o esplendor do templo edificado pelo Altíssimo (o coração do que crê) é muito maior do que o do templo feito por mãos humanas, onde, por sinal, o Altíssimo não habita. (cf Atos 7, 48)
Amado irmão, João Augusto.
ResponderExcluirA resposta a sua pergunta ao fato de Jacó prometer a décima parte de tudo aquilo que adquirisse em troca de ser guardado naquela jornada até o retorno a casa de seu pai Isaque, o irmão já respondeu, pois tratava-se de um voto ao Senhor Deus; o que mostra que Jacó não tinha a prática de dizimar e que o seu voto constituiu uma excessão.
Quanto a sua afirmativa de Mateus 23.23 fazer parte do Novo Testamento, há um equívoco, posto que, a referida passagem encontra-se no Livro do Novo Testamento, mas não no período da Graça, pois o Senhor Jesus ainda não tinha concluído a Nova Aliança no Seu sangue e o mesmo encontrava-se na vigência da Lei (V.T.)de dízimos. Portanto, Jesus não poderia invalidar a entrega de dízimos dos escribas e fariseus hipócritas, somente afirmar a condenação dos mesmos por desprezar os preceitos mais importantes da Lei: Justiça - Misericórdia - Fé.
No Novo Testamento não existe silêncio em relação a contribuição (2ª Cor 9.7), até porque a Lei não conseguiu aperfeiçoar ninguém, muito menos a de Dízimos conseguiria aperfeiçoar escribas e fariseus hipócritas. Portanto, a continuidade dessa prática (Dízimo), continua gerando nos líderes evangélicos: falta de justiça, de misericórdia e de fé; pois os mesmos não acreditam na espiritualidade de sua Igreja, no tocante a contribuição voluntária.
Até a próxima: O Dízimo no Novo Testamento.
Paz Seja Contigo!
Irretocável!
ResponderExcluirOlá querido irmão J.C.,
ResponderExcluirEstou de volta para te dizer que estou no mesmo espírito, ofertar sempre!!!
Parabéns, há tempos atrás eu publiquei alguns de seus posts sobre este mesmo tema, foi quando descobri que era errado dizimar no tempo da Graça. Já não erro mais, pois como já disse acima: Ofertar sempre!!!
Olá, vim agradecer sua visita, carinho e por seguir o Toque
ResponderExcluirTe oferço: cartão de seguidor e o selo sua amizade é essencial(está no lado esq.do blog)
com carinho-san
A Paz de Cristo Jesus
ResponderExcluirMuitos pregam que a salvação é pela GRAÇA, mas não fazem disto uma prática real nas suas vidas e nem nas suas constantes pregações, pois se contradizem ao dizer que aquele que não cumpre o percentual de 10% (o dízimo) é amaldiçoado e está roubando a Deus.
Com essa atitude legalista, demonstram ser insensíveis à integridade da própria GRAÇA que pregam.
Com os lábios pregam que a salvação é pela GRAÇA, mas com o coração exigem a ordenança da Lei.
Eu sou praticante de ofertas voluntárias e assim oriento as minhas ovelhas.
Prezado Pastor Araújo Jorge
ResponderExcluirA Paz do Senhor
É importante salientar que, todas as promessas de bençãos encontradas na Bíblia Sagrada, referentes à Dízimo (pagamento de dízimo, devolução de dízimo), foram feitas única e exclusivamente para povo do Antigo Testamento (fora da Graça de Cristo).
Porque todas as promessas de bençãos, nesta área, direcionadas ao povo Cristão (ao povo que vive pela Graça de Cristo), são feitas com base nas contribuições espontâneas, ou seja, referentes às contribuições isentas de percentual prefixado por Lei (sem percentual máximo nem mínimo).
II COR 9. 7
Portanto, concordo com tudo o que foi escrito neste estudo, parabenizando-o pela iniciativa e porque não dizer CORAGEM!.
Evangelista Joabe de Carvalho
Feira de Santana - BA
Olá Araújo, como vai?
ResponderExcluirPassei para desejar uma ótima semana da Pátria.
Multiplicador, Parabéns pelos textos. A blogosfera é carente de blogs que tenham informações relevantes, e você está contribuindo para que ela se torne cada vez mais rica em conhecimentos. Você faz a diferença!
Obrigado por fazer parte deste universo virtual, obrigado por compartilhar um pouco do que sabe e contribuir para o aprendizado de muitos.
Permita-me deixar o link para o blog Marquecomx, obrigado:
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Abraços, fiquemos na Paz de Deus e até breve.