Em relação ao dízimo, o que faz parte das ordenanças da Lei não é a contribuição em si, mas ao contrário, é o percentual que ele traz consigo prefixado pela Lei.
O DOMÍNIO E FORÇA DO PECADO
Para obtermos um melhor esclarecimento concernente a esse “domínio e força do pecado” sobre o ser humano, comecemos analisando os versículos transcritos a seguir:
a) “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm 6.14).
b) “Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” (1ª Co 15.56).
No primeiro versículo, encontramos uma advertência sobre “o domínio do pecado”, e no segundo, sobre a “força do pecado”; o que podemos observar é que ambos se caracterizam pela presença da Lei.
Essa Lei que ao se deparar com a incapacidade da carne, gera o pecado tomando força e domínio sobre o ser humano.
Muitos, têm me feito a seguinte pergunta: “é a Lei pecado?” E a resposta corretamente dada é: de modo algum. Paulo, ao instruir os romanos sobre a força e o domínio do pecado por intermédio da Lei, é bem claro ao afirmar: “A lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom” (Rm 7.12).
O que Paulo aponta como erro não procede da Lei, mas sim da imperfeição humana. É quando ele declara que a Lei enfermou pela carne (Rm 8.3).
A fragilidade humana não resiste à cobrança da perfeição da Lei. A Lei só teria condição para salvar se encontrasse perfeição e justiça no ser humano, porém, é exatamente por falta dessas indispensáveis virtudes que torna impossível a salvação pela Lei.
Paulo revela o fracasso do homem diante da santidade e perfeição da Lei, dizendo: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido sob o pecado” (Rm 7.14).
Se a Lei realmente encontrasse na carne suas requisitadas qualidades, não seria chamada de “Ministério da Morte” e “Ministério da Condenação”, como foi no capítulo 3, versículos 7 a 9 da Segunda Epístola de Paulo aos Coríntios, mas sim de “Ministério da Salvação”.
Porém não havendo em nós as devidas qualidades, a Lei condenou a carne no pecado. Mas Deus, pelas riquezas da Sua Graça, enviou Seu Filho Jesus Cristo, guardando e cumprindo com perfeição a Lei que havia condenado a carne no pecado, e inverteu a situação, condenando o pecado na carne, para que fossemos livres da força e do domínio do pecado.
Isto se não voltarmos a persistir na prática das ordenanças da Lei da condenação, a qual o dízimo faz parte integrante, mas vivermos 100% na Graça de Cristo.
Observemos Romanos 8. 1-3, transcritos a seguir:
1) Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus , que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.
2) Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus , me livrou da lei do pecado e da morte.
3) Porque o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne.
Esta passagem bíblica é muito lida nas igrejas, mas pouco observada como declaração de isenção da Lei de mandamentos carnais, a qual gera o pecado.
No versículo 2 (citado acima), Paulo declara: “Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus , me livrou da lei do pecado e da morte”. Em parte, é o mesmo que dizer:
“Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus , me livrou da lei do dízimo”.
Isto, obviamente, porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus , ensina a contribuir livremente e por amor à Obra de Deus, mas a lei de mandamentos carnais, que é a lei do pecado e da morte, ensina a cumprir percentual.
Na dispensação da Lei, o percentual de contribuição prefixado era o dízimo, e não podia, obviamente, ser dado menos. Pois, a qualquer impossibilidade do seu cumprimento, o pecado estava à porta, dominando o povo de Deus por tal transgressão.
Na lei da Graça, Deus tirou este poder do pecado, deixando livre qualquer percentual e de acordo com as possibilidades de cada cristão. É exatamente por este motivo que a lei da Graça não causa transgressão.
Deus tirou a Lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para livrar o Seu povo da maldita transgressão:
Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da mal-dição; porque está escrito:
maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” (Gl 3.10).
Essa maldição só recai sobre o povo da Lei, que quer realizar obras exclusivas do Antigo Pacto, cujo dízimo faz parte.
Esta confirmação encontramos em Malaquias 3.9, quando cujo texto refere-se à transgressão do dízimo, dizendo:
“Com maldição sois amaldiçoados”.
Para fugir da transgressão da Lei, só saindo de debaixo dela, conforme nos adverte Paulo na sua Epístola aos Romanos: “Porque onde não há lei também não há transgressão” (Rm 4.15).
Portanto, cristão, não se prenda debaixo do jugo da servidão, mas viva 100% na Graça de Cristo, para obter o generoso resultado que ela nos concede: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm 6.14).
AS OBRAS PELA LEI DA GRAÇA
“Não estamos sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo” (I Co 9.21).
Embora o cristão não tenha compromisso com a Lei de mandamentos carnais
(o Antigo Pacto), ele tem com a lei de Cristo.
(o Antigo Pacto), ele tem com a lei de Cristo.
A lei de Cristo, mesmo sendo chamada de ”Lei da liberdade” ou “Lei da fé”, não dispensa, dentro das possibilidades humanas, as boas obras.
O próprio Jesus menciona as obras do cristão ao prometer o Seu galardão, quando diz:
“E o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo as suas obras”
(Ap 22.12).
(Ap 22.12).
TIAGO É CLARO AO AFIRMAR:
“A fé sem obra é morta” (Tg 2.17).
“A fé sem obra é morta” (Tg 2.17).
Muitos, por falta de interpretação correta das Santas Escrituras, julgam que a expressão de Tiago entra em contradição com algumas ex-pressões do apóstolo Paulo, como por exemplo, quando Paulo afirma aos efésios:
“Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.9), e aos romanos: “Mas se é pela graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça” (Rm 11.6).
O que devemos entender é que Tiago está fazendo referência às obras da fé (do Novo Concerto), enquanto Paulo está falando sobre as obras da Lei (do Antigo Concerto).
No capítulo 3, versículo 20, de sua Epístola aos Romanos, podemos claramente entender que Paulo se refere às obras da Lei do Antigo Pacto, quando faz a seguinte declaração:
“Por isto nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20).
E no versículo 28 do mesmo capítulo, diz:
“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei ”.
Porém o próprio apóstolo Paulo, quando se refere às obras que são pela fé, admoesta os cristãos, incentivando-os com grande ênfase a realizá-las pelo amor e a fé cristã.
Ao escrever sua Primeira Epístola a Tito, ele o desperta, dizendo que Jesus Cristo está preparando um povo de boas obras, quando diz:
“O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tt 2.14
E na sua Epístola aos Efésios diz:
“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nela” (Ef 2.10).
No cristianismo realmente é excluída a lei de mandamentos carnais, mas estabelecida a lei da fé, que opera por amor (Gl 5.6). No caso da contribuição financeira, não estamos sem lei, mas debaixo da lei de Cristo.
Enquanto o dízimo é excluído por fazer parte das ordenanças da lei de mandamentos carnais, é estabelecida a lei de contribuição pela fé, que opera por amor (II Co 9.7).
Esta lei não dispensa a contribuição, porém, só a exige de acordo com as possibilidades de cada um, segundo está escrito: “Conforme a sua prosperidade”
(1ª Co 16.2; 2ª Co 8.12).
(1ª Co 16.2; 2ª Co 8.12).
Se o cristão não pode contribuir, por motivo de força maior, nada lhe é cobrado; mas se pode e não o faz, obviamente que sua espiritualidade está em baixa, por não sentir amor pela obra de Deus.
Pois é evidente que nele não existe mais o indispensável fruto do Espírito, mencionado em Gálatas 5.22:
“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”.
“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”.
Ter possibilidade de fazer o bem e não o fazer é imputado como pecado, conforme está escrito: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4.17).
Concluímos, pois, que a bondade, a fé, a benignidade e o amor, com que o verdadeiro cristão é dotado, são companheiros inseparáveis das boas obras.
Paz seja com todos!
JC de Araújo Jorge
Nenhum comentário:
Postar um comentário
As refutações serão devidamente respondidas!
Não serão publicados comentários com os seguintes conteúdos:
- Palavrões;
- Conteúdos Ofensivos;
- Comentários Anônimos;