sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A FINALIDADE DE CONTRIBUIÇÃO FINANCEIRA DA IGREJA






PARTE  I


Como já temos observado nos capítulos anteriores, a lei do dízimo não se enquadra na prática do verdadeiro cristianismo. Então, como deve o cristão proceder para contribuir à obra de Deus?

Levando ofertas em justiça, o que propuser no seu coração, isto de boa mente e com alegria, tendo consciência de que a obra de Deus carece da sua colaboração; sabendo ainda que se, espontaneamente (independente de percentual), não tiver desejo de render algo à causa de Deus, sua regeneração em Cristo fica em dúvida.

Para que fim irá o cristão contribuir? Desde que se entenda que a contribuição passa pela lei da liberdade que há em Cristo Jesus, sem dúvida, a responsabilidade do cristão cai ainda mais sobre os seus ombros, porque terá de provar para si mesmo, qual é o seu amor pelo Senhor e Sua obra. Pois está escrito:
Não ameis em palavras, mas por obras e em verdade, (I Jo 3.18). O verdadeiro cristão sabe do seu dever de contribuir para que a igreja tenha com que se manter em sua totalidade, isto é, suprir à medida do possível todas as necessidades enquadradas na obra de Deus.

Deve contribuir para que haja pregação do Evangelho, para sustento de obreiros (quando for necessário), para manter o local onde a igreja se reúne, etc.

 Deve contribuir, também, e com grande ênfase, para que exista assistência ao necessitado.
 A este assunto foi reservado um bom espaço, tendo em vista que grande parte da arrecadação da igreja primitiva era para socorrer os necessitados, e que muitos obreiros, hoje, não ensinam esta doutrina cristã, muito enfatizada na Bíblia.

A igreja primitiva, como possuidora das virtudes espirituais, era dotada de caridade e colocava o amor em prática por ensinamento de Jesus Cristo, que diz:
 A lei resume-se em amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo. Veja Mt 22.39; Mc 12.31.

Em Lucas 12.33, Jesus ensina dizendo:
Vendei o que tendes e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam, tesouro nos céus que nunca se acabe.

Paulo escrevendo aos Gálatas 5.14 diz:
Toda lei se cumpre numa só palavra, nesta:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
 E na sua Primeira Epístola a Timóteo 1.5, diz que o fim do mandamento é a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.

Em primeira de João, 4.16, diz que Deus é amor (caridade), e quem está em amor (caridade) está em Deus, e Deus nele.

Alguém pode perguntar:
“Mas a obra de assistência social faz parte da principal caridade?” Sim, é a resposta. Confira I João 3. 17:
Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como há nele caridade de Deus?.
Veja também Fl 1.7.

Existem religiosos afirmando que a obra de assistência social não agrada a Deus.
Este foi u
m dos motivos que levaram Pedro a escrever a sua Segunda Epístola, começando este assunto no primeiro capítulo.

Do versículo 1 ao 7, ele instrui a prática da caridade e nos versículos 8 e 9 ele nos dá o perfil daquele que a tem e daquele que não a tem:
 Porque se em vós houver e abundar estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo: porque aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.

E ainda veja I Pe 1.22; 4. 8-9. Isto prova que a igreja que assim não procede, ainda traz consigo as manchas do antigo pecado, por falta do fruto de caridade, enquanto em Gálatas 5.22 diz:
Mas o fruto do Espírito é:
caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.


 A  RELIGIÃO  PURA  E  IMACULADA  PARA  COM  DEUS

É impossível ter amor e não atender ao necessitado (1Jo 3.17). O apóstolo Tiago confirma isto no capítulo 1, versículo 27 de sua Epístola, dizendo: A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações.

Em Primeira Timóteo 5.16, Paulo também demonstra que as viúvas desamparadas eram sustentadas pela igreja.

 Nota-se na expressão geral de suas pregações, que sua recomendação não eram de somente socorrer as viúvas, mas qualquer necessitado, confira Atos 20.35. Na Epístola os Romanos, ele recomenda a prática geral da Obra Social, dizendo: “Comunicai com os santos nas suas necessidades” (Rm 12.13).



PRONTIDÃO  DA  IGREJA

Nos capítulos 8 e 9 da Segunda Epístola aos Coríntios, Paulo fala com exclusividade daquilo que já havia ensinado: a prática à assistência social, isto porque discordava que um tivesse de mais e outro de menos, segundo seu comentário no capítulo 8. 14-15:
Mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade; como está escrito:
o que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de menos.

Na continuação, capítulo 9, versículo 9, nos diz:
 Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre; capítulo 9, versículo 12:
Porque a administração deste serviço não só supre a necessidade dos santo; mas também abunda em muitas graças que se dão a Deus.


Esta obra havia sido introduzida (por instrução de Paulo) nas regiões da Acaia, no ano anterior a esta Epístola, segundo o capítulo 8.10:
E disto dou o meu parecer; pois isto vos convém a vós, que desde o ano passado começastes e não foi só praticar, mas também querer, e no capítulo 9, versículo 2:
Porque bem sei a prontidão do vosso ânimo, da qual me glorio de vós para com os macedônios, que a Acaia está pronta desde o ano passado.


Observa-se aqui, Paulo demonstrando que a igreja não está pronta enquanto deixa de assistir a seus necessitados. Inclusive esta foi a expressão de Tiago no capítulo 1, versículo 27 de sua Epístola; a de Pedro em I Pe 4.8; 2 Pedro 1.9; a de João em I Jo 4.20; e, em especial, a de Jesus, Mt 25.41-43:
Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome e não me deste de comer, tive sede, e não me deste de beber; sendo estrangeiro não me recolhestes, estando nu, não me vestistes; e enfermo e na prisão, não me visitastes.

E no verso 33, Jesus tratou-os como bodes.
Veja nos versículos 44 à 46: Então estes lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?

Então lhes responderá, dizendo:
 Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.
E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.

FONTE: "O DÍZIMO E A GRAÇA"


Paz Seja Contigo!

11 comentários:

  1. Prezado J.C., Paz!

    Venho acompanhando cada uma de suas postagens, e verdadeiramente confesso:
    Como estive enganado, e como é difícil se libertar dessa "mentira" que está entronizada no meio evangélico, como uma "verdade".
    Optei pelo anônimo por motivos óbvios:
    Sou pastor e tenho liderança, portanto não posso me identificar.

    Parabenizo pela coragem de trazer a tona esse tema tão obscuro para alguns que precisam ser iluminados pela Luz do Evangelho de Jesus.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. RESPONDENDO AO PASTOR ANÔNIMO:

    Paz seja contigo, Amado e Abençoado Pastor!

    Em minha primeira postagem sobre o tema em
    questão, com título: "Dízimo na Graça, mentira que insiste em prevalecer", fiz uma declaração (desabafo) que se pelo menos uma pessoa fosse iluminada com a verdade da Luz do Evangelho de Cristo, no tocante a forma neotestamentária de contribuição de oferta de justiça no período da Graça, teria valido a pena o meu ministério virtual. Sabendo-se, tratar-se de um pastor, a minha recompensa torna-se ainda mais preciosa.

    Entendo plenamente a situação delicada em que o amado pr. encontra-se; e por isso mesmo, gostaria que o irmão em Cristo pudesse dividir um pouco deste fardo, imposto por líderes com pouco entendimento do Evangelho da Graça, com tendências de cederem as suas próprias conveniências; principalmente por se tratar de dinheiro, que é um assunto altamente espiritual.

    Para isso, fique a vontade para acessar o meu blog, sempre que sentir a necessidade de desabafar num ombro amigo do seu irmão em Cristo.

    Um grande abraço
    Discípulo de Cristo
    J.C.de Araújo Jorge

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  4. Irmão graça e paz.

    Como discípulos de Cristo devemos levantar nossa voz nesse mundo caótico pelo pecado. fico feliz por encontrar pessoas que zelam pelo evangelho e perseveram em levá-lo as pessoas até a volta de Cristo ou até sermos chamados.

    Abraços
    Wladimir Klein

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  5. Olá!!! Excelente matéria. Eu já havia entendido assim desde muito cedo no evangelho. Nunca concordei com a visão dominante. Porém, de lá para cá o problema se agravou muito. Hoje, não é só a questão do não entendimento, temos uma nuvem negra de falsos pastores usufruindo da ignorância do povo de caso pensado e aquilo que já era destorcido se tornou em um arsenal de armas nas mãos de estelionatários. E como se não bastasse , vestem a capa de imunidade episcopal dizendo: "Não toqueis no Ungido de Deus" e fazem barbaridades em nome de Cristo como se algum ungido de Deus tivesse carta branca para ser um cafajeste. Hoje já não resta mais dúvidas de quem sejam. Seus frutos já a muito os denunciam. É preciso confrontá-los com a Palavra, denunciá-los publicamente para salvar alguns da multidão iludida que segue a passos largos para a condenação sob o cajado destes filhos do inferno.

    Um forte abraço, e até a próxima.
    Marcelo Alberto

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  6. Ótimo. Muito esclarecedor. É o que venho defendendo atualmente.

    Interessante é que o próprio Cristo ensinou onde aplicar nossos recursos. Quando o jovem rico se apresentou a Ele querendo saber o que fazer para herdar a vida eterna, Jesus, primeiramente testa-o para saber se ele conhecia os mandamentos, com a resposta positiva, Jesus então mostra o que fato ele deveria fazer, para assim herdar a vida eterna que era vender tudo e repartir entre os pobres. O que ele não fez e muitos não querem fazer também, pois acham que cuidar dos pobres é tarefa do Estado.

    Estamos na luta.

    Paz seja contigo

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    Respostas
    1. Amado irmão Reginaldo,

      A luta é grande mas, é na perseverança pela Verdade que somos impulsionados a continuar o bom combate da fé.
      Por incrível que possa parecer, tenho constatado que o maior problema das denominações não é a falta de dinheiro e sim o excesso do mesmo, quando adquirido pela garantia de um imposto (dízimo) pré fixado, dando a falsa impressão de estabilidade financeira em detrimento de um pastoreio espiritual, pois supostamente, os dirigentes de congregações não precisariam pastorear de fato, e receber da membresia ofertas de justiça, conforme instrução do apóstolo dos gentios, pois basta manter o povo (rebanho) na ignorância neotestamentária e debaixo de ameaças da sombra de Lei do Velho Testamento.

      Penso que o verdadeiro amor tem se esfriado a medida que o amor ao dinheiro tem aumentado por parte da maioria das lideranças evangélicas.
      O dízimo funciona como uma mentira bem intencionada (consciente ou inconsciente) por parte de quem o adota; entretanto, assim como um pouco de fermento leveda toda a massa, assim funciona essa falsa estabilidade financeira, onde prioriza-se mais o ter do que o ser; gerando crescimento sim, mas em franca apostasia
      da fé cristã.

      Conclui-se que, uma mentira por mais bem intencionada que seja, não serve como alicerce para a Igreja de Cristo.

      PORTANTO:

      Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados.
      I Coríntios 1. 26

      Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos;
      Efésios 1. 18

      Prossigamos para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
      Filipenses 3. 14

      Paz Seja Contigo,
      J.C.de Araújo Jorge

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  7. Encontrei este blog através do Pr. Newton Carpinteiro. Achei maravilhoso bastante interessante para pesquisas e para quem quer crescer no conhecimento de nosso senhor e Salvador Jesus Cristo. Estou seguindo para não perder de vista. Tmb tenho um blog vem me visitar será um prazer ter vc por lá. Assim mais pessoas vão conhecer o seu blog. Fica na paz. Deus continue lhe abençoando.

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    Respostas
    1. Vim aqui agradecer sua visita em meu blog. e ainda por segui-lo. É um prazer, volte sempre.

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  8. Recebi vida no post sobre: porque Jesus orou por Pedro e não orou por Judas?
    gostaria de publica-lo em meu blog , caso o Sr autorize.

    Irmão Tamura

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